Como está o nível de ruído no município de Concórdia?


  • 11 de Setembro de 2020

Quem trabalha, mora ou apenas passa pelo centro de Concórdia pode perceber que há muito barulho, não só do trânsito como também de obras, propaganda publicitária musical de lojas, entre outros sons. Quando esse ruído faz parte do dia a dia, acabamos por nos acostumar com ele. Mas você sabia que, dependendo do nível, esse ruído pode ser prejudicial para a saúde? Baseada em uma série de estudos relativos à saúde, a norma brasileira NBR 10.151 indica que o ruído em áreas comerciais seja limitado a 60 decibéis (dB). Acima disso passa a ocorrer a poluição sonora e começamos a ter nossa saúde mental e, até mesmo física, prejudicadas. Muito se fala que grandes cidades, como São Paulo, é que possuem grande poluição sonora. Mas em Concórdia, como estão os níveis de ruído?Responder a esse questionamento foi o que motivou o arquiteto e urbanista Deivid Roque de Moraes, aluno do Mestrado em Engenharia Civil, Sanitária e Ambiental da UnC, a realizar uma pesquisa científica sobre o tema, sob a orientação dos professores e pesquisadores, Mestre Tatiane Hentges e Dr. Fernando M. Ramos. Com um equipamento exclusivo para determinar o nível de ruído, foram avaliadas 18 áreas do centro da cidade (pontos pretos no mapa) durante uma hora e meia nos horários de pico ao amanhecer, ao meio-dia e ao entardecer, todos medidos a partir do passeio público. Deivid descobriu que o horário de pico do amanhecer é o mais barulhento no centro de Concórdia, conforme apresenta na Figura 1. No mapa, as regiões mais avermelhadas são as de maior poluição sonora e as mais claras têm menor nível de ruído. É possível perceber que algumas áreas, como na rua 29 de Julho e nas extremidades da rua Marechal Deodoro, os níveis de ruído ultrapassam os 70 dB. E, se observarmos as demais áreas, mesmo aparentando maior silêncio, também apresentam ruído acima dos 60 dB limitados pela norma.Parece que estamos em uma metrópole, não é mesmo! Mas calma, quando você entra no seu escritório, loja, casa ou em algum ambiente, esse ruído pode reduzir bastante de acordo com o tipo de material que compõe a edificação e com o conceito arquitetônico adotado. Mas isso é assunto para uma próxima pesquisa.

Além das medições realizadas, também foi realizada uma simulação computacional, com a construção de 10 mil cenários para cada ponto, onde foi encontrada uma probabilidade de 94,86% do ruído ficar acima do recomendado pela norma brasileira e a Organização Mundial da Saúde em todos os pontos. O estudo identificou ainda a interferência de características das vias que contribuem para o aumento do ruído.

Para o Mestrando Deivid, “este estudo pode proporcionar gerenciamentos mais assertivos a respeito da mobilidade urbana local, como por exemplo, o estudo de fluxo de vias, instalação de equipamentos públicos. A  professora Tatiane complementa que “os resultados encontrados no estudo contribuem para que os profissionais e empresas da arquitetura e urbanismo e engenharia possam ser mais assertivas na hora de realizar os projetos e decidir os materiais que irão compor a edificação e também para investidores e órgãos públicos no momento de decidir a instalação de novos empreendimentos e construção de serviços públicos”.

Foto: https://www.guiadoturismobrasil.com